Até ao presente dia, sempre tive a ideia um tanto quanto utópica de que cada pessoa, cada ser humano, possuía algo em si que lhe era tão intrínseco e excitante como o sangue que lhe corre nas veias e artérias pelo corpo e que, essa força circulante o tornava único e especial na forma como age, como toma decisões e na forma como vê o mundo.
Isso contrariaria muitos estereótipos e faria com que existissem precisamente 8 biliões e mais algumas pessoas únicas e completamente diferentes, dando aso a muitos debates sexistas sobre quem é igual a quem.
Nada na natureza tem uma copia perfeita. Aqui entrou a civilização e a industrialização e ensinou-nos que a técnica mecanizada pode , de facto, produzir ,não apenas dois, mas vários itens iguais. Mas as pessoas não são coisas, portanto ainda existia a hipótese de que cada pessoa poderia ser igual apenas a si mesma e ter um encanto próprio. Aqui entra a adaptação humana à realidade mecanicista, aqui entra a rede que apanha grande parte do peixe no mar, toldando opções, perspetivas e atitudes, desligando-o da natureza.
Estes peixes, que seguem em cardume e encarnaram coisas, convenceram o mundo e desfizeram muitas coisas mais fortes que aço, apelaram à solidão e à noite constante.
Ontem, quiseram que percebesse que o sangue que me corre nas veias não faz de mim especial e única, apenas humana.
Hoje estou em negação, porque afinal o dia esta soalheiro